quarta-feira, 30 de dezembro de 2009

LIMITES

************************************************************************************
"Para fechar o ano com chave de ouro" - não sei quantas vezes eu já disse isso na minha vida, mas talvez essa seja a que mais se aplica a essa frase clichê.

Há quem pense que é loucura achar que coisas ruins que nos acontecem podem ser espetacularmente boas para alguma coisa maior.
Este post provavelmente será o último do ano, então é inevitável um gostinho de retrospectiva.

2009: ano introspectivo, de ganhos e perdas, de renúncias, de vitórias, de escolhas, de casulo, de sucesso, de sustos, de conquistas, de boas surpresas, de surpresas chatas, de ponto final, de reticências, de aspas, de silêncio, de me permitir, de gargalhadas, de música, de envelhecer, de renascer, de dormir e acordar sem hora marcada para sonhos.

Estou em Campo Grande. Lugar escolhido para encerrar o ano. Planejei uma viagem de camping sensacional que terminou um dia depois porque acordei boiando dentro da barraca carregada por um rio, que mesmo a quilômetros de distância transbordou e carregou tudo mansamente.

Inusitado? Hilário? Aterrorizante? Libertador? Tudo depende do ponto de vista, mas o mais importante do acontecimento foi: só consegui me salvar do que mais pudesse ter acontecido porque havia uma cerca por onde a barraca não passou e a parada brusca da barreira nos fez acordar.

A importância dos limites.
Um ano de limites, os meus, os seus, os deles, os nossos... Compreender-se, compreender o outro, descobrir beleza na diferença, ler as entrelinhas e guardar para si, ver o rio levar tudo e escolher o que resgatar e o que deixar ser levado. Permitir que o outro escreva através dele a minha história, também me faz crescer.
Fôlego novo para 2010 porque eu descobri mais uma vez que são nos momentos mais difíceis que percebemos o tamanho da nossa força, resistência e coragem. Bom humor até nos picos mais altos. Amor até nos vales mais baixos.
Termino o ano cheia de marcas pelo corpo que rendem mais risadas e quase nenhum trauma, mais agradecimentos e quase nenhuma lástima (quase nenhuma... porque alguns laços invisíveis nos lembram quem somos e não queremos perde-los).

Para 2010, alma limpa e renovada como um sorriso de bom dia, ou como o sol depois da chuva. É mesmo preciso saber viver.

***********************************************************************************

Nenhum comentário:

Postar um comentário