quinta-feira, 26 de novembro de 2009

MARATONA!

************************************************************************************ PRIMEIRO DIA - QUARTA-FEIRA, 25 DE NOVEMBRO DE 2009.

Um aglomerado de pessoas grita nas grades do Teatro Madre Esperança Garrido. Os ingressos se esgotaram. As luzes, o burburinho, e a cena tinham cara de estréia em tapete vermelho. O mais curioso é que o evento sempre foi tachado de "alternativo", mas o que se vê cada vez mais é que a massa tem sede.

Trata-se do primeiro dia de shows do GOIÂNIA NOISE FESTIVAL, que em sua 15ª edição teve mesmo sua cara de tapete de vermelho, e eu adorei! Este ano o evento acontece em parceria com o BRASIL CENTRAL MUSIC e em lugares diferentes simultaneamente nos primeiros dias. Para mim a premiér foi mesmo neste teatro. Estavam ali as raízes que se desenvolvem depois em árvores diversas.

Três shows que mostraram a música como parte da essência humana.

JURAÍLDES DA CRUZ fez a abertura bem humorada e caboclamente inteligente musicando palavras do cotidiano. Muitos da nova geração que ainda não tinham sido apresentados à terra batida, brilhavam os olhos ao provar ali o gosto do fruto maduro do cerrado.

Saindo dos palcos e quase se misturando à platéia, um espaço foi improvisado na entrada do teatro para trazer para perto o VIDA SECA. De sucatas vieram sons estranhamente familiares. Nas roupas gastas e dos braços de batuque, um grito daquilo que vem de dentro. Memorável apresentação de deixar o pulso latejante!

Para o encerramento uma verdadeira aula de música com o mestre. HERMETO PASCOAL e GRUPO NAVE MÃE fizeram um som contemporâneo e cheio de improvisações com notas nada básicas. O teatro lotado em silêncio ouvindo o "vovô", como ele mesmo disse, contar seus causos e ensinar que a música é sua religião. "- Deixa vir, deixa vir... É isso aí, ó! A gente escreve a música só depois que ela nasce!" - E foi assim, deixando nascer de dentro, que comecei minha maratona para o festival, que vai percorrer ainda estilos inusitados, transformações e adaptações criativas.

Os sons que chamamos MÚSICA nasceram misturados ao meu sangue.

"- Você não é daqui, é?"

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